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Os ancestrais dos neandertais

Data da notícia: 2023-07-31 17:51:01
Foto: Assessoria

A origem do homo sapiens sapiens (nós) é uito complicada e disputada por muita gente estulta. Sempre houve muitas explicações e uma que ainda temos está no livro do Gênesis que compõe a Bíblia de judeus e cristãos. Este livro, embora seja tido como histórico para os cristãos, os católicos consideram-no conforme a língua, a cultura e os conhecimentos daquele povo naquele tempo (cf. a Encíclica Humani Generis de 1954), algo que protestantes e evangélicos que não fazem deveriam fazer.

Assim como os macacos de hoje compartilham nosso DNA, que mostra que tivemos um ancestral comum, nem todos do gênero Homo que descobrimos enterrados no solo e na ignorância são necessariamente nossos ancestrais. Já descobrimos neandertais, denisovanos, Homo heidelbergensis, Homo erectus e outros que podemos considerar primos da humanidade.

Muitos cientistas consideram os neandertais e denisovanos nossos parentes mais próximos, ou seja, não descendemos deles. E quem seria o ancestral comum? Creio que todos conheçam os neandertais: humanos baixos e robustos que foram extintos há cerca de 40.000 ano. Menos conhecidos são os denisovanos, cujos restos foram descobertos na Caverna de Denisova na Rússia em 2008, e a análise genética revelou que eles eram parentes muito próximos dos neandertais do que dos sapiens.

Alan Rogers, antropólogo da Universidade de Utah, especializado em genética de populações e ecologia evolutiva, formula uma hipótese baseado nos machados de mão acheulianos, que apareceram pela primeira vez na África há quase 2 milhões de anos e depois se espalharam para a Eurásia. Ele sugere que hominídeos antigos, provavelmente H. erectus, colonizaram a Eurásia há 2 milhões de anos. Então, os ancestrais dos neandertais e denisovanos, os neandersovanos, cruzaram com esses hominídeos.

Esses neandersovanos espalharam-se pela África por volta de 750.000 anos atrás e encontraram seus primos, os super-arcaicos, provavelmente descendentes de Homo erectus. Os grupos se cruzaram antes de se dispersarem pelo continente europeu, com os neandertais surgindo mais tarde no Oeste e os denisovanos no Leste. Exatamente como aconteceu há 50.000 anos, quando os humanos modernos expandiram-se, cruzaram e separaram-se em populações orientais e ocidentais.

Para comprovar essa tese será difícil, pois o DNA de hominídeos mais antigos que já foram recuperados tinham 450.000 anos e algumas pesquisas sugerem que o limite superior para recuperar DNA sequenciado está em 1,5 milhão de anos. Então, o H. erectus, provavelmente, gerou a população super-arcaica da Eurásia há 2 milhões de anos e tiveram mais de um milhão de anos para evoluir antes de se cruzarem com os neandersovanos.

As evidências genéticas indicam que os ancestrais dos neandertais e denisovanos se separaram da linhagem que derivou os humanos modernos, que evoluíram na África. E ainda temos que colocar nesta equação o Homo antecessor, um hominídeo que viveu no que é hoje a Espanha entre 800.000 a 1,2 milhão de anos. Muito trabalho ainda neste complicado quebra-cabeça.

Fonte: Mario Eugenio Saturno






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